Se uma das principais regras para se denominar uma coleção como Alta Costura não fosse “possuir um ateliê no quadrilátero parisiense”, a coleção de verão 2025 do estilista Gustavo Silvestre com o projeto Ponto Firme seria digna de tal título.
Marcando a pré abertura da edição Nº 58 da SPFW, Gustavo Silvestre leva as criações de seu projeto social Ponto Firme para os jardins externos do Museu do Ipiranga.
Aqui o foco não é a inspiração, mas o processo de confecção da coleção. Foram 40 looks feitos com “Tecido de Crochê” – Tecido resultante de quase uma década de pesquisa e estudos feitos pelo Gustavo.
“ Ele consiste em um trabalho 100% manual, que utiliza os mais diversos tipos de materiais embutidos na trama do crochê, usando fio Cordonê da Círculo, que é levemente cintilante, para poder construir peças com brilho na medida certa, luxuosas e coloridos harmonicamente”
As peças foram feitas 100% a mão, contou com 500 horas de produção, 450 metros de fios em crochê e mais de 2,8 mil paetês sustentáveis – provenientes do descarte da indústria de plástico.
Gustavo Silvestre faz uma moda autoral, sustentável e consciente. Sua marca abraça iniciativas sociais importantes como o projeto voluntário “Ponto Firme” – que desde 2015 leva capacitação e transformações sociais e artísticos dentro do ambiente prisional. E o “Ateliê Ponto Firme” – uma expansão do projeto inicial que da oportunidade a pessoas com baixas condições socioeconômicas a entrarem na indústria formal da moda.
Gustavo aproveitou o evento para conscientizar sobre o problema da cópia na indústria da moda.
”Cópias enfraquecem a inovação e criam uma cultura na qual o design autoral é subestimado” diz o estilista que vem tendo suas criações copiados ao redor do mundo.
Para concluir, o estilista conseguiu mostrar mais uma vez que a moda brasileira além de competente em técnica e estética, também é um ato político, social e econômico.
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