O segundo desfile da Chanel sob o comando de Matthieu Blazy aconteceu ontem (02/12), em Nova York. O novo diretor criativo, que estreou em outubro durante a Paris Fashion Week, escolheu uma estação de metrô desativada para apresentar a coleção anual do Métiers D’Art, e entre os convidados estavam nomes consagrados da moda, como Anna Wintour, e os rostos da campanha mais recente da grife, Margaret Qualley e A$AP Rocky.

Métiers d’art pode ser traduzido do francês como “profissões de arte”, e é o nome dado às coleções exclusivas da Chanel que celebram a expertise do trabalho manual da maison fundada em 1910. Criada por Karl Lagerfeld em 2002, a coleção deste ano apresenta o savoir-faire de Lesage, Massaro, Goossens, Lemarié, Atelier Montex e Maison Michel. Ao todo são 11 maisons d’art localizadas no 19M, um polo criativo inaugurado pela Chanel em 2021 que fica localizado em Paris.




Os ateliês do 19M são responsáveis não apenas pela elaboração da coleção anual Métiers d’art, como também são fornecedores da grife para outras coleções, além de terem total liberdade para colaborar com outras marcas e produzir bordados, plissados, chapéus e outros componentes importantes para o mundo da moda.
A escolha da locação do desfile tem diferentes fatores que dialogam entre si. Começando com as idas de Coco Chanel à Big Apple em suas primeiras viagens transatlânticas na década de 30, Karl Lagerfeld também escolheu Nova York no Métiers d’art de 2006, e a partir daí as coleções passaram a ter ligações claras com as cidades escolhidas, entrelaçando a cultura local com o trabalho artesanal da grife francesa. A última coleção Métiers d’art de Lagerfeld foi, inclusive, em Nova York, no Museu Metropolitano de Arte (MET), pouco antes de seu falecimento em 2019.

Matthieu Blazy morou em Nova York por vários anos enquanto trabalhava na Calvin Klein, e em uma entrevista no convite para o desfile (que era um jornal impresso), o designer franco-belga conta que se inspirou na história de Coco Chanel, que havia ido aos Estados Unidos para fazer figurinos de cinema. Junto à isso, Blazy descreve que sempre encarou a cidade como o ator de um filme, mais especificamente o protagonista. Sobre a escolha de uma estação de metrô, ele diz: “Quando você pega o metrô em NY, você nunca sabe quem vai encontrar. Em Nova York, todo mundo usa o metrô – desde crianças, estudantes, líderes globais, pessoas de todos os tipos. É quase como se fosse o vortex da cidade; ele conecta tudo”.




No final, podemos enxergar essa mescla de personagens nas peças apresentadas, indo dos tweed clássicos ao que o próprio diretor criativo descreve como “uma jornalista dos anos 70 e uma mulher de negócios dos anos 80 que vai dominar o mundo”.




A estreia de Matthieu Blazy para a Chanel em outubro rendeu inúmeros elogios e, para muitos, o posto de melhor estreia do ano – o que é um grande feito considerando o peso da maison que ele agora comanda e a quantidade de estreias de diretores criativos nos últimos meses. A sua coleção Métiers D’Art continua cumprindo com as expectativas e nos deixa animados para o que será apresentado adiante, com o próximo desfile sendo o de Alta Costura, no início do ano que vem.
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