O efeito Vivienne Westwood

Veja como um dos nomes mais transgressores do mundo da moda revolucionou a indústria

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Nascida em 8 de abril de 1941, Vivienne Westwood estaria completando 84 anos hoje. A estilista britânica faleceu no ano de 2022, mas a chama de seu legado permanece acesa pelos amantes da moda de todo o mundo. Para honrar a sua trajetória, a Redz. Fashion reuniu os principais eventos que contribuíram para a sua carreira, desde a sua primeira loja de roupas nos anos 1970 até os grandes desfiles de moda.

Os primeiros passos

Vivienne Isabel Swire nasceu em Tintwistle, mas se mudou para Londres com sua família aos 17 anos de idade. Agora morando na capital, sua rotina era dividida entre trabalhar em fábricas e estudar em uma escola de treinamento para professores. Mais tarde, ela se tornaria professora de escola primária.

Em 1962, ela se casou com Derek Westwood e passou a usar seu sobrenome. Após o divórcio, em 1965, ela conhece Malcolm McLaren (empresário e produtor musical), com quem logo se casou e passou a dividir seus interesses por música e rebeldia. 

Vivienne Westwood e Malcolm McLaren
Vivienne Westwood e Malcolm McLaren
Reprodução – Pinterest

Não demorou muito para que Vivienne começasse a explorar sua paixão por moda. Foi em 1971 que eles abriram a “Let It Rock”, uma loja de roupas na King’s Road, com peças mais ousadas, feitas com spikes e alfinetes para personalizar as camisetas, com tecidos desconstruídos e estampas provocativas. Algum tempo depois eles mudam o nome para “Sex”, com um novo estilo, mas ainda com o mesmo objetivo de irritar os conservadores da época. 

Vivienne Westwood e o punk rock

A loja Sex já havia se tornado muito popular entre os jovens, incluindo quatro garotos em particular que em 1975 formariam a banda Sex Pistols, grandes pioneiros do movimento punk que estava começando a repercutir pela Inglaterra. Enquanto Malcolm fazia o seu papel como empresário do grupo, Vivienne foi quem deu vida à identidade visual dos músicos. 

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Até hoje, a banda é uma das maiores referências do movimento, com letras que criticam os valores morais de uma época onde a Inglaterra passava por diversas crises, principalmente no que diz respeito à desigualdade social.

Sex Pistols
Reprodução – Pinterest

Os anos 1980 e o início de uma nova era

Após o fim de Sex Pistols, em 1978, Vivienne decidiu se reinventar como designer e experimentar outros estilos que combinassem com suas ideologias políticas.

Em 1981, a dupla apresentou o seu primeiro desfile em Londres e chamou o show de World’s End, assim como nomeou a loja no mesmo período. Vivienne Westwood e Malcolm McLaren continuaram trabalhando juntos por mais quatro anos depois disso.

Reprodução – Pinterest
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Foi apenas em 1985 que o estilo da designer passou a ter mais semelhança com o que conhecemos hoje, com silhuetas mais estruturadas e femininas, referências da era vitoriana, um pé no romantismo e o famoso espartilho. 

Vivienne Westwood sempre gostou de ressignificar peças tradicionais, como é o caso das crinolinas do século 19 ou das inúmeras vezes em que ela fazia uma alusão aos trajes reais com um olhar mais ousado. A partir de 1989, ela é dita como uma das maiores estilistas do mundo, sempre renovando em seus desfiles e recebendo vários prêmios.

Moda e política

Desde os tempos do punk rock, a estilista britânica sempre esteve por dentro de pautas sociopolíticas e era uma grande ativista contra as mudanças climáticas, usando a passarela como palco para protestar. “Sempre combinei moda com ativismo: um ajuda o outro”, conta no curta Do Not Buy a Bomb.

Vivienne Westwood inspirou muitos outros designers. A moda era a forma como ela se expressava artisticamente, mas também era uma ferramenta para dar visibilidade a temas que geralmente são esnobados dentro de uma indústria tão elitista. 

Vivienne Westwood e Naomi Campbell
Reprodução – Pinterest
Reprodução – Pinterest

Sua influência dentro dela é indiscutível. Quando deu início a sua carreira na moda, provocava uma certa estranheza e desconforto por enaltecer algo que não era considerado fashion naquela época, mas ela conseguiu trazer essas pautas importantes para as grandes Semanas de Moda, abordando liberdade de expressão, questões ligadas ao meio ambiente e igualdade de gênero, abrindo portas para outros estilistas fazerem o mesmo.