De Elie Saab a Alexander McQueen, esses foram as apresentações que mais chamaram a atenção nesse sábado (29/09) na Paris Fashion Week
O dia a dia de Vivienne Westwood
O diretor criativo Andreas Kronthaler encontrou um desafio ao desenvolver uma coleção inteiramente feminina para a grife britânica Vivenne Westwood. Como ponto de partida, usou os antigos diários da estilista fundadora da marca e deles tirou as frases “ A vida é bonita mesmo com seus altos e baixos” e “ Você tem que dar sentido a ela”.
O resultado foi uma coleção nostálgica, fluida e focada no dia a dia. As peças estampadas e as saias amplas reforçam o DNA da marca junto com o xadrez e o preto que dão o peso do estilo punk característico da grife.
A coleção não trouxe tanto impacto, mas entregou uma estética Punk Chic para a rotina de qualquer fashionista.
O Safari de Elie Saab
Inspirado nas savanas africanas, Elie Saab trouxe peças frescas e fluídas para a passarela, ouso dizer que foi um dos desfiles que realmente apresentou looks para um clima realmente quente.
O verde foi a cor predominante, assim como os bordados e estampas de folhagens. Um destaque especial para as peças em crochê, que mesmo de mangas longas, traziam o frescor para um dia de verão.
Elie Saab traz movimento e feminilidade para a suas coleções, seja as de Alta costura ou Prêt-à-porter, na apresentação desse sábado não foi diferente, os vestidos longos com capas esvoaçantes, cinturas marcadas e tule bordado continuaram a marcar presença, reforçando a identidade da marca.
O estilista libanês mais uma vez trouxe o luxo para o cotidiano salpicando técnicas da alta costura para o dia a dia.
O futuro incerto de Rei Kawakubo para a Comme Des Garçons
Completamente fora da curva, a Comme des Garçons trouxe suas formas incomuns, suas matérias primas não convencionais e seu desfile performático para mostrar a incerteza do futuro na visão da diretora criativa japonesa Rei Kawakubo.
A estilista não dá entrevistas e as descrições dos desfiles são meio vagas, pois o intuito é trazer uma livre interpretação de cada um, o que pode facilitar ou não para uma crítica ou avaliação.
Ao meu ver, essa coleção pode trazer duas ou até três interpretações: A de um futuro em que o material nos engolirá e nos deixará soterrados ou uma forma de proteção através de matérias “fofos” e de pequenas fendas para os olhos. Também consigo ver a incerteza nos últimos looks que me remeteram a nuvens, ou seja, o futuro é algo nublado, que não é possível enxergar com clareza.
O grito de Alexander McQueen
Usando a inspiração da lenda celta, Sean McGui utiliza mais uma vez a figura mitológica da Banshee ( já usada pelo McQueen anteriormente) para dar o tema a sua coleção. Na tentativa de não errar, McGui reinterpreta vários elementos já usados durante a história da grife, trazendo um pouco de cada diretor criativo, como as ideias chocantes do próprio McQueen e a técnica impecável da Sarah Burton.
Apresentando uma estética gótica através das cores escuras que a própria figura mitológica para encerrar o desfile, porém sem nada muito espetacular, mostrando que o diretor criativo ainda busca uma forma de onde se encaixar dentro da marca.