SPFW: os 10 desfiles que mais amamos na edição de 30 anos

Fique por dentro do que aconteceu na última edição do SPFW e veja os detalhes dos nossos desfiles favoritos!

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A 60° edição do São Paulo Fashion Week (SPFW) celebrou os trinta anos da criação do evento que tem como propósito impulsionar a moda nacional e valorizar a criatividade e inovação dos designers brasileiros. Foram 38 desfiles ao longo dos dias 13 e 20 de outubro tendo como principal locação o Pavilhão das Culturas Brasileiras, no coração do Parque Ibirapuera. 

O SPFW contou com as estreias das marcas “Uó” por Marcelo Sommer e “Chapéus Davi Ramos”; a primeira tendo destaque pelo upcycling e a segunda pela confecção inédita de vestidos que harmonizaram com os chapéus desfilados por supermodelos. Também tivemos o retorno de grandes nomes da moda brasileira: Ronaldo Fraga, Flavia Aranha e Amir Slama. 

Das quase quarenta coleções apresentadas, selecionamos as dez que mais nos chamaram atenção pela construção das peças e o storytelling apresentado. Confira abaixo! 

10 – Ateliê Mão de Mãe

A marca baiana se destaca pelo uso do crochê, e desta vez não foi diferente. De vestidos, saias e regatas masculinas, a coleção “Manifesto Tropical” homenageou artistas consagrados como Gal Costa, Caetano Veloso, Zezé Motta e Maria Bethânia através das cores vibrantes – e claro que, na passarela, os modelos desfilaram ao som dos nomes mencionados. 

Ateliê Mão de Mãe –
Foto: Marcelo Soubhia/@agfotosite
Ateliê Mão de Mãe – Foto: Marcelo Soubhia/@agfotosite
Ateliê Mão de Mãe – Foto: Marcelo Soubhia/@agfotosite
Ateliê Mão de Mãe – Foto: Marcelo Soubhia/@agfotosite

9 – Amir Slama

Amir Slama foi fundador da marca Rosa Chá, que fez sucesso por muitos anos no Brasil e país afora, e agora ele volta com sua marca homônima. Seu desfile de retorno ao SPFW começou com peças neutras, quando de repente a música de fundo mudou para uma batida funk energizante enquanto as modelos apresentavam peças coloridas e sensuais que caracterizam a moda praia de Slama. Ao final, foi lançado o projeto “Fashion For Forests”, um movimento que traz camisetas de algodão orgânico que visam a conscientização ambiental. 

Amir Slama –
Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Amir Slama – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Amir Slama – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Amir Slama – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite

8 – Marina Bitu

A estilista buscou inspiração na pintora modernista Djanira da Motta e Silva, que também foi costureira e retratava em suas obras o cotidiano da trabalhadora brasileira. A coleção apresentou peças elegantes em que a qualidade dos tecidos e trabalho manual eram perceptíveis. O destaque vai para a utilização das escamas do peixe camurupim, que foi confeccionado dando a impressão de conchas translúcidas. 

Marina Bitu – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Marina Bitu – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Marina Bitu – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Marina Bitu – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite

7 – Normando

A dupla Marco Normando e Emidio Contente uniu a visão moderna presente em suas roupas com uma narrativa mitológica que evidencia a importância da região Norte. Vemos isso na alfaiataria apresentada, além de shorts e jaquetas, que são combinadas à peças de seda, látex amazônico e linho-latéx. Para enfatizar o significado da coleção “Mito ou Fauna”, observamos referências às lendas da Cobra Grande, Mapinguari e Rasga-mortalha nos lenços, vestidos e camisetas. 

Normando – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Normando – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Normando – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Normando – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite

6 – Led

Você provavelmente viu algum vídeo nas redes sociais com a bateria de escola de samba que encerrou o desfile da LED em grande estilo. Essa apresentação não foi por acaso, e sim para elucidar a coleção “Barracão-Carnaval”, que trouxe peças casuais e de alfaiataria misturadas à cores vibrantes, serpentina, contas metálicas e camisetas com frases estampadas. Da tradicional cerveja Brahma à frase divertida “Abaixo o macho astral”, os estilistas Célio Dias e Cleu Oliver fizeram uma declaração de valorização à moda brasileira com a camiseta “Não deixe a moda nacional morrer”

Led – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Led – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Led – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Led – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite

5 – Meninos Rei

A marca baiana tem como DNA o resgate à ancestralidade e elementos africanos que fazem parte da cultura brasileira e, consequentemente, a moda. No desfile que marca os dez anos de Meninos Rei, a passarela se tornou uma verdadeira homenagem ao Recôncavo Baiano e suas riquezas: o folclore, a dança, a religião e o artesanato. Tendo o algodão como base têxtil, as peças brincam com cores vibrantes, estampas que se misturam e que ainda assim fazem sentido e volumes diversos. Além disso, foi impossível não abrir um sorriso ao ver a mestra sambadeira Zélia do Prato e Dona Rita da Barquinha dançando junto aos modelos e demonstrando a beleza da cultura popular. 

Meninos Rei – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Meninos Rei – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Meninos Rei – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Meninos Rei – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite

4 – Apartamento 03

O estilista Luiz Claudio utilizou como referência para a sua coleção a figura pouco conhecida de Benjamim de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil. O circo fez parte das peças sem ser ilustrado de forma caricata, e sim com estampas, acessórios e volumes que nos contam uma história do século XIX e ainda reforçam a elegância da marca. O destaque vai para as sobreposições com paetês, estampas e belos casacos finalizados com bengalas e chapéus ao estilo dândi. 

Apartamento 03 – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Apartamento 03 – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Apartamento 03 – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Apartamento 03 – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite

3 – Dario Mittmann

Este foi um desfile que furou a bolha da moda nas redes sociais pela presença de figuras brasileiras como Xamã, Paulinho (jogador do Palmeiras), Duquesa e Grag Queen. Mas para além dessas participações na passarela, o que mais se destacou foi a coleção em si, denominada “Young Money”. O estilista fez uma collab com o jogo Monopoly para fazer uma crítica social sobre as formas de construirmos nosso futuro e subirmos de vida em meio ao trabalho, modernidade e ambição. Nas peças, vemos alfaiataria, combinações esportivas e peças com um verdadeiro trabalho artesanal valorizado por elementos fantasiosos. 

Dario Mittmann – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite
Dario Mittmann – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite
Dario Mittmann – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite
Dario Mittmann – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite

2 – Dendezeiro

A grife apresentou a coleção final da trilogia intitulada “Brasiliano”, com foco na Lei da Vadiagem, que foi uma forma de repressão utilizada pelo governo contra a população negra e suas manifestações culturais. As peças desfiladas trouxeram como inspiração os bailes black dos anos 70 e 80, combinando a moda street que é parte do DNA da marca com o dandismo. Como resultado, temos a alfaiataria, o couro e o estilo preppy (bastante em alta) em meio à looks modernos que trazem sofisticação e uma mensagem de resgate de histórias de resistência. 

Dendezeiro – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite
Dendezeiro – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite
Dendezeiro – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite
Dendezeiro – Foto: Danilo Grimaldi/@agfotosite

1 – Gustavo Silvestre

O designer conhecido por seu trabalho com o upcycling tem mostrado como o resultado pode ser luxuoso e digno de fazer parte da Alta-Costura parisiense. Na sua coleção apresentada no SPFW, ele trouxe peças de crochê junto à aplicações delicadas – e pela primeira vez utilizou paetês de couro. Junto à Gustavo estiveram 14 artesãos que fazem parte de seu projeto fundado há dez anos, “Ponto Firme”, que tem como propósito capacitar penitenciários através do artesanato e que hoje abrange mais pessoas em vulnerabilidade social. Clique para ler nossa resenha completa do desfile.

Gustavo Silvestre – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Gustavo Silvestre – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Gustavo Silvestre – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite
Gustavo Silvestre – Foto: Ze Takahashi/@agfotosite

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