Dias antes de apresentar a coleção, Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior, organizou um roteiro aos convidados do desfile para que eles pudessem frequentar os locais que Chiuri mais admira em Roma, sua cidade natal. Os convidados passaram pelo Ateliê de Pietro Ruffo, o palácio Domus Aurea, a casa de figurinos Tirelli Costumi e o Teatro Della Cometa até chegarem à Villa Albani Torlonia, local do desfile, nesta terça-feira (27), finalizando a temporada Cruise 2026.
Um passeio pelo coração de Maria Grazia Chiuri
Chiuri nasceu em Roma e cresceu em um bairro próximo da Villa Albani Torlonia. O palácio, localizado na Via Salaria, foi construído no século 18 com o objetivo de armazenar a coleção de arte do cardeal Alessandro Albani. “Esta extraordinária villa, um tesouro secreto repleto de maravilhas antigas, abrirá as suas portas pela primeira vez para acolher o desfile Cruise 2026 da Dior. A elegância dos designs imaginados por Maria Grazia Chiuri brilhará neste berço excepcional do neoclassicismo”, conta Dior em comunicado.
O Teatro Della Cometa, fundado pela aristocrata do século 20 e patrona das artes de vanguarda, Mimí Pecci-Blunt, e recentemente restaurado por Maria Grazia, trouxe inspiração à estilista ao organizar o desfile. O dress code era bem claro, preto para os homens e branco para as mulheres, assim como os bailes em preto e branco de Pecci-Blunt.

por: @eugeniointini
O passeio pelo Ateliê do artista Pietro Ruffo não foi por acaso, já que é ele quem faz as estampas dos lenços da grife e está com Chiuri desde a Valentino. O Tirelli Costumi, com seus figurinos que combinam materiais de diferentes períodos, vestiu os dançarinos que fizeram uma performance de ballet nos jardins do local. Confira o desfile Cruise da Louis Vuitton aqui!
A coleção é como uma peça de teatro silenciosa, reunindo tudo o que a diretora criativa da marca contempla em sua alma artística e apaixonada pela cidade que cresceu, formando uma trajetória fashion dos anos que esteve na Dior. Os rumores de sua saída já eram algo recorrente nos bastidores da moda e, com este desfile, eles ficaram ainda mais fortes.
Sobre a coleção
Seguindo o dress code dos convidados, as peças apresentadas permaneceram na mesma paleta de cores, mas ao invés de uma cor para homens e outra para as mulheres, por ser uma coleção feminina, as peças transitam entre designs mais delicados e trajes que são associados ao sexo masculino. Mesmo quando isso acontece, não é de uma forma óbvia, mas sim dramática evidenciando a silhueta da modelo.
Os vestidos feitos em trompe l’oeil, uma técnica que forma ilusões com perspectiva, foram criadas com a ajuda de Pietro Ruffo e trazem uma espécie de escultura do corpo feminino, revelando traços minuciosos que dão um movimento sutil à peça, lembrando as estátuas gregas de Alessandro Albani.
A transparência reinou o desfile, com vestidos em tule, renda e ambos juntos em estruturas alinhadas ao corpo ou em relevo, deixando as peças mais fluídas e dinâmicas beirando à teatralidade que Maria Graza Chiuri desejava ao criar o conceito do evento.
A renda na cor preta protagonizou muitos dos looks, seja nele inteiro ou apenas imitando uma venda e cobrindo os olhos, contribuindo para o ar sexy e misterioso que se estendeu pelo desfile. Veja a Gucci Cruise 2026 aqui!
Chiuri desenhou 49 peças de prêt-à-porter e 32 de alta-costura, equilibrando elementos que davam o ar de sedução, fascínio e, sustentado pelo jardim da Villa Albani Torlonia, um cenário de um verdadeiro conto de fadas que honra tudo o que a mulher vestida por Maria Grazia Chiuri pode ser: etérea, provocativa, autêntica e prestigiada.