Se hoje nós ansiamos ver o que as celebridades vão usar em eventos como o Met Gala, temos que agradecer aos anos 1990 por isso. Atualmente, estamos acostumados a ver o mundo da moda e do cinema andando juntos, mas você sabe quando isso tudo começou? O “In Vogue: The 90s”, ou neste caso, a Redz. Fashion, te conta tudo.
A primeira parte do documentário estreou no Brasil na última sexta-feira (13), na plataforma de streaming Disney+, trazendo uma espécie de retrospectiva pelos momentos mais excitantes da moda nos anos 1990. Em especial, a partir do momento em que Anna Wintour se tornou a editora-chefe da Vogue.
Neste artigo, nós listamos alguns dos acontecimentos mais marcantes que apareceram nos três primeiros episódios do documentário. Saiba tudo o que rolou na noite do Emmy 2024 aqui!
“Ela era 100% real e 100% anos 90” -Fabien Baron
Kate Moss, uma das supermodelos mais famosas do mundo, foi chamada para participar do documentário, considerando que foi naquele ano em que ela passou a ganhar fama e fazer o seu nome. Tudo começou a mudar por causa dela.
Os ensaios que Kate participava no início da carreira não tinham nada de super glamouroso, você apenas observava a garota da foto: descontraída, de cabelo solto e sem maquiagem. Na época, a imprensa odiou, pois ainda desejavam a ferocidade dos anos 1980.
Kate Moss parecia apenas uma garota comum tirando algumas fotos em seu apartamento ao invés de uma modelo, mas isso não a impediu de se tornar um fenômeno.
“Antes de Kate, eu estava tão cansada de me parecer aquela garota bonita. Mas então vieram os cortes de cabelo, eu raspei a sobrancelha… Foi quando tudo começou“, disse a modelo Kristen McMenamy.
Aquele tipo de “beleza excêntrica” passou a ser mais procurada pelas marcas graças à Kate, que antes não era considerada bonita para ser modelo. Hoje em dia, pode até ser um pouco difícil de acreditar, mas isso é porque ela, de alguma forma, conseguiu transformar os seus traços no padrão que conhecemos (na moda).
Moda britânica em alta
Entre os anos 1993 e 1994, a equipe da Vogue buscava estilistas que chocassem a indústria. Eles diziam estar entediados e que havia pouca inspiração/criatividade nos desfiles. Enfim, eles acharam o que procuravam.
Havia uma agitação acontecendo em Londres, a rebeldia tomava conta da capital e os jovens eram os maiores responsáveis.
Neste momento, já é possível ver os mundos se misturando. Jovens do universo da moda, do cinema e da música começaram a andar juntos com o mesmo propósito: revolucionar.
- John Galliano
A forma como ele contava uma história em uma coleção fez com que Anna Wintour se apaixonasse por seu trabalho e confiasse no seu talento para qualquer coisa. John entregava teatralidade e muito drama em todos os seus desfiles.
Suas modelos não só desfilavam, mas corriam, dançavam e se movimentavam por todas as extremidades da passarela se ele quisesse. Tudo fazia parte da história que ele queria contar.
Em 1993, quando faltavam apenas 3 semanas para a Paris Fashion Week, ele recebe a oportunidade de mostrar uma coleção inédita. Anna Wintour o ajudou e ele começou a trabalhar nas peças, chamou algumas modelos para desfilarem de favor e apresentou, mesmo com a correria.
“Eu só queria ajudar o mundo a entender a genialidade dele”, conta Anna Wintour. “Eu queria participar, eu sabia que este homem ia poder nos pagar um dia”, finaliza Naomi Campbell.
- Lee Alexander McQueen
“Sempre fui rebelde, mas com uma causa: a de destruir a indústria da moda de dentro, em seu núcleo”, ele diz em uma entrevista. “Ele brincava com essa dualidade de Londres, o selvagem e o sofisticado”, disse o editor da Vogue, Edward Enninful. A imprensa podia até odiá-lo, mas os jovens adoravam. Isso era Londres.
Um dos jornalistas da Vogue, Hamish Bowles, ouviu falar desse ousado estilista e decidiu chamar o resto da equipe para um de seus desfiles. A coleção apresentada era a The Birds, de 1994.
O seu objetivo era de fato chocar as pessoas, irritá-las e fazê-las questionar seus designs, assim como fazemos com qualquer outro tipo de arte.
Ambos receberam matérias exclusivas na Vogue, tornaram-se diretores criativos de grandes grifes, abriram seu próprio negócio e viraram o fenômeno que conhecemos hoje.
Tapete vermelho + alta costura = uma nova era
Não era comum os atores terem um stylist, tanto é que apareciam no tapete vermelho com algo mais casual. A moda era vista como algo fútil, você não era levado a sério como ator caso se relacionasse com a moda de forma tão intensa, mas esse cenário estava mudando.
No ano de 1994, vemos a atriz Elizabeth Hurley usando um vestido da Versace na estreia do filme “Quatro Casamentos e um Funeral”, o que fez com que ela aparecesse na capa de vários jornais por vários dias seguidos.
Em 1995, na Milão Fashion Week, Tom Ford surpreende todos com um novo olhar para a moda. O designer conseguiu misturar o glamour e a elegância em peças atemporais, trazendo tudo o que os anos 1990 representava. Veja os destaques do início da MFW aqui!
Algum tempo depois, no MTV Awards, Madonna aparece com uma das camisas da coleção. Estava feito, a grande fusão entre moda, cinema e música já havia começado.
A partir disso, atrizes eram chamadas para aparecer na capa da Vogue e os estilistas estavam loucos atrás delas.
“Foi tão engraçado, elas nunca fariam o nosso trabalho. Não que fosse mal visto, mas porque não seriam levadas a sério como atrizes. Isso mudou tudo”, disse Naomi Campbell no final do terceiro episódio.
Foram três longos episódios, cheios de momentos marcantes e inesquecíveis de uma década em que “transformação” se tornou a palavra-chave para descrevê-la, mas ainda não acabou. A segunda parte de “In Vogue: The 90s” está prevista para essa sexta-feira (20), focando na indústria musical e alguns eventos do final dos anos 1990.